quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Deu pra entender ou quer que eu desenhe?

A apresentação a seguir foi selecionada para a seção Mídias e educomunicação do 2º Simpósio Educação Ambiental e Transição para Sociedades Sustentáveis - Municípios que educam para Sustentabilidade. O trabalho é parte integrante da minha dissertação de Mestrado, orientada pela Profa. Dra. Ana Paula Koury e defendida no final de 2019. Boa leitura.

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Deu pra entender ou quer que eu desenhe? A narrativa gráfica como processo de pesquisa e aprendizagem


Fabio Sgroi & Ana Paula Koury

Este trabalho apresenta as Folhas de Cultura Ambiental (FCA), um material gráfico que se propõe a ser um mapa visual de assuntos interconectados. As teorias e os conteúdos de cada um dos assuntos podem ser pesquisados pelos alunos nas fontes tradicionais (livros, revistas, sites etc), orientados pelos educadores. Assim, a função das FCA não é a de cumprir o papel de um livro didático, mas, antes, o de propor temas a serem pesquisados, de modo que os alunos construam seu conhecimento em vez de recebê-lo pronto (GADOTTI, 2014). Isto porque a ideia de um material didático contém a noção de massificação e uniformização das informações. As FCA ambicionam o oposto disto, ou seja, pretendem facilitar a contextualização dos conteúdos escolares às situações verificadas na localidade. É justamente por isso que utilizam narrativas gráficas (conf. EISNER, 1995; MCCLOUD, 1993), pois, desta forma, funcionam como uma ignição do processo de pesquisa e aprendizagem e não como seu condutor absoluto. Além disso, auxiliam professores e alunos a enxergar uma abordagem sistêmica nos temas propostos sem condicioná-los a seguir um determinado caminho, propondo uma problematização destes em relação ao meio ambiente local.


A comunicação por imagens impulsiona reflexões, críticas e debates, oferecendo uma visão distanciada e genérica dos objetos de aprendizagem, de modo a pautar seus estudos a partir dos problemas locais que os alunos observam no quotidiano (MORIN; TERENA, 2000). A lógica desta abordagem surge de uma apropriação da proposta educativa de Paulo Freire (1986; 1987; 1994; 2002; 2014), na qual busca-se a construção do conhecimento crítico a partir da discussão propiciada por imagens geradoras de debates (DE LYRA, 1996).

A visão sistêmica objetiva estimular o debate a partir de subjetividades, ambiguidades e até contradições pertinentes à comunicação visual, de modo a provocar o questionamento e a comparação entre o que é apresentado nas FCA e o que se verifica na realidade local. Tal abordagem busca abrir a discussão em vez de encaminha-la por uma determinada linha argumentativa, algo que, em nosso entendimento, poderia acabar por constituir uma tática de convencimento em vez de uma proposta de ressignificação crítica da realidade local.


A estratégia pedagógica das FCA estrutura-se da seguinte forma:

  • O material é composto por folhas avulsas.
  • Cada folha é chamada de Folha de Cultura Ambiental (FCA).
  • A comunicação nas FCA é construída por narrativas visuais.
  • O material contextualiza os aprendizados dentro da Agenda 2030 e de seus 17
  • Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (17 ODS).

As FCA são apresentadas com a seguinte configuração:
  • Cada FCA justifica-se como parte de uma abordagem sistêmica sobre um aspecto socioambiental.
  • Cada FCA traz um componente de aprendizagem que pode ser desenvolvido em uma, duas ou mais aulas, de acordo com a dinâmica das diretrizes pedagógicas e socioculturais de cada escola.
  • Cada componente de aprendizagem verificado em qualquer FCA pode, preferencialmente, ser desenvolvido por várias disciplinas simultaneamente. A intenção da proposta é que haja uma abordagem multidisciplinar ou transdisciplinar de cada componente.
  • A ideia é que cada FCA seja um indutor de discussões, de modo que cada turma sinta-se incentivada a eleger temas, objetos de conhecimento e habilidades a serem desenvolvidas dentro do planejamento escolar.
  • As FCA podem ser acessadas ou baixadas a partir de um site criado especificamente para o projeto, ou, ainda, compiladas como kit impresso.

Para esta apresentação foram produzidas duas* FCA, para exemplificação:
  • Na primeira (Folha de Cultura Ambiental #01) é representada a complexidade ambiental envolvida em um planejamento para o desenvolvimento sustentável, tendo como parâmetro uma visão sistêmica dos 17 ODS.
  • A segunda (Folha de Cultura Ambiental #02) deriva da primeira e exemplifica um subsistema que parte do Objetivo 8, promover crescimento econômico, emprego e trabalho decente (ONU, 2015). Note que na primeira FCA o referido ODS 8 é representado pelo atendente servindo um hambúrguer dentro de uma lanchonete.
* Obs.: nesta postagem, acrescentei uma terceira FCA (#3), produzida posteriormente à defesa da dissertação. Assim como a FCA#2, ela também deriva do referido ODS 8.

Cada FCA contém:

  • No canto superior esquerdo: a identificação da FCA e um título referente ao tema desenvolvido na folha.
  • No canto superior direito: os ODS relativos ao sistema ou subsistema exemplificado.
  • No restante da folha: a narrativa gráfica.

Embora as FCA possam ser utilizadas dentro de qualquer tipo de abordagem pedagógica, seu uso pressupõe uma práxis orientada pelos seguintes procedimentos:
  • Primeiro, os educandos são incitados a debater situações socioambientais de sua localidade a partir da narrativa visual proposta pela FCA escolhida. O objetivo dos debates é coletar temas geradores de estudos a partir das experiências dos alunos em situações cotidianas em sua comunidade.
  • Definida uma situação a ser estudada, os alunos são motivados a explorar o entorno da escola, por meio de uma saída monitorada, a fim de verificá-la in loco e a indagar sobre possíveis intervenções.
  • A partir daí, os alunos iniciam o estudo da situação, seguindo normalmente o currículo escolar (como conteúdo das disciplinas pertinentes), integrado ao planejamento pedagógico da escola (BRASIL, 2018).

As FCAs podem ser acessadas e baixadas a partir das imagens abaixo.







terça-feira, 9 de junho de 2020

Crianças, adolescentes e idosos são mais vulneráveis



O Disque 100 é um serviço telefônico para denúncias de violação de direitos humanos vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR).
Um relatório divulgado no início deste ano pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos mostrou que, em 2019, o serviço registrou 159.063 casos, um aumento de 15% em relação ao ano anterior. Uma rápida análise dos dados revela que o grupo mais afetado por violências como abuso sexual, agressões e abandono é o de Crianças e Adolescentes, 55% do total, com 86.837 denúncias. Logo em seguida está e o de Pessoas Idosas, 30% do total, com 48.446 denúncias. Ou seja, no ano passado, Crianças, Adolescentes e Pessoas Idosas representaram 85% de todas as denúncias reportadas ao Disque 100. Lavando-se em conta que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PENAD Contínua) de 2018 mostrou que crianças, adolescentes e pessoas idosas correspondem a 44% da população, conclui-se que estes grupos encontram-se em situação de maior vulnerabilidade no país.
Veja abaixo o que o Estatuto da Criança e do Adolescente e o do Idoso dizem sobre proteção a esses grupos:




O Relatório 2019 do Disque 100 está disponível on-line. Clique AQUI para acessá-lo.

terça-feira, 26 de maio de 2020

Coleção Cidadania Viva


Olá, amigos. É com muito orgulho que compartilho com vocês a chegada dos meus primeiro ebooks: Ser criança é – Estatuto da criança e do adolescente para crianças e Ser idoso é – Estatuto do idoso para crianças.
Estes livros tiveram sua primeira edição impressa, respectivamente, em 2009 e 2011.
Agora, ambos chegam à segunda edição em formato digital, com novo design gráfico – pensado para proporcionar uma experiência de leitura esteticamente agradável, confortável e eficiente em tablets e smartphones – e incrementados com novos conteúdos. E, para completar, os livros agora integram uma coleção novinha em folha, pensada para leitores dos anos iniciais do Ensino Fundamental I: a coleção Cidadania Viva.
Os livros desta coleção apresentam os direitos humanos às crianças de maneira divertida. Textos lúdicos e ilustrações poéticas propõem reflexões importantes a respeito de cada tema abordado. Informações complementares, no final de cada obra, ajudam educadores e pais a conversar sobre os assuntos em sala de aula ou em casa.
Para adquirir os livros, acesse os links abaixo.
Boa leitura!

Ser criança é – Estatuto da criança e do adolescente para crianças

Ser idoso é – Estatuto do idoso para crianças


quarta-feira, 22 de abril de 2020

Campanha Leia em casa

A Editora do Brasil está colaborando com os esforços para conter o Covid-19. Por isso, lançou a campanha Leia em casa. Nesta ação, os autores da casa foram convidados a fazer um vídeo curto, no qual leem um trecho de seus livros. Aqui está o meu. Boa diversão!

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Entrevista para o programa Livros em Revista, com Ralph Peter


Olá, pessoal. Olhem só a minha participação no programa Livros em Revista, co Ralph Peter, da BBC Television. Muita honra ter participado.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Um sonho de passarinho nas bibliotecas



Olha só que bacana, mal abri a caixa que recebi da editora contendo os exemplares do meu novo livro, Um sonho de passarinho, que saiu da gráfica agora, e já recebi uma notícia sensacional: a Secretaria da Cultura de São Paulo acabou de adotá-lo para distribuir em suas bibliotecas! Parabéns à Editora Suinara, pelo trabalho rápido e certeiro na divulgação! E, claro, como nenhuma obra literária de qualidade surge assim, do nada, quero agradecer do fundo do meu coração os conselhos de algumas pessoas especiais, que, não por acaso, estão junto comigo há muito tempo nesta jornada maluca que é criar e publicar livros: Tatiana Fulas (amiga, mestra e, em breve, doutora em educação), Manuel Filho (amigão, conselheiro e fiel companheiro de maluquices literárias), Shirley Souza (outra parceira de aventuras literárias), Erika Alonso (vizinha de condomínio para quem estou devendo uma visita há alguns anos) e Marcello Araújo (escritor, designer e ilustrador-sofredor que nem eu). E, não menos importante, quero agradecer demais à Cristiane Cardoso, gerente editorial da Suinara, que se entusiasmou e apostou no livro sem titubear por nem um segundo. Obrigado, gente!

Deu pra entender ou quer que eu desenhe?

A apresentação a seguir foi selecionada para a seção Mídias e educomunicação do 2º Simpósio Educação Ambiental e Transição para Sociedades S...